Objetivos
A Área de Cooperação Centro de Portugal-Castela e Leão (AC3) tem uma área de 122.400 km2 (21% do território ibérico), uma população de 4,8 milhões de habitantes (8% da população dos dois países) e importantes desafios comuns: a perda de população e assimetrias na ocupação do território; o desafio do desenvolvimento inteligente, sustentável e para os cidadãos; e a gestão do vasto e rico património natural, numa perspetiva de participação dos seus agentes e de garantir a sustentabilidade.
As sociedades humanas vivem em interação permanente com o meio ambiente e dependem dos ecossistemas, dos seus produtos, serviços e funções. Deste modo é vital para os territórios a valorização do património natural, assegurando a provisão atual e futura de recursos, e refletindo as soluções baseadas na preservação da natureza e na participação dos cidadãos na construção dos modelos de gestão.
Assim, o objetivo deste projeto é a elaboração da Estratégia de Valorização do Património Natural e Ambiental do Território de Fronteira, esperando-se um documento de trabalho e ação para intervenção na área coincidente com as sete áreas protegidas da fronteira Centro-Castela e Leão: Área Protegida Privada Faia Brava; Geoparque Serra da Estrela; Paisagem Protegida da Serra da Gardunha; Reserva Natural da Serra da Malcata; El Rebollar; Campo de Azaba y Campo de Argañán; Reserva de la Biosfera de las Sierras de Béjar y Francia, (e identificadas no Programa de Cooperação Transfronteiriça Espanha Portugal (POCTEP) 2021-2027).
Pretende-se que a Estratégia seja um documento elaborado com a participação das populações e dos agentes das áreas identificadas, com a identificação das suas necessidades e do seu potencial e a definição de uma resposta integrada.
Espera-se que a Estratégia seja um guia de referência para a atuação dos atores locais na promoção da proteção do património natural. Uma abordagem territorial integrada que procura responder aos desafios demográficos, económicos, sociais e ambientais, e, envolvendo, na analise e na identificação das soluções associadas, a participação ativa dos agentes do território e a população local-um trabalho de todos e todos estão comprometidos -constitui uma das vertentes inovadoras da proposta apresentada.
O património natural, mais do que qualquer outro, deve ser tratado em conjunto e sem os limites administrativos de fronteira, sendo que só faz sentido numa perspetiva de cooperação transfronteiriça.