Objetivos
O Montado-Dehesa é um excelente exemplo do equilíbrio dinâmico entre a conservação da natureza e o desenvolvimento económico e social. É um habitat classificado e protegido pela Diretiva Habitats da União Europeia (habitat 6310) e é uma das paisagens mais emblemáticas do Mediterrâneo, mas também uma das mais ameaçadas. O estado de conservação deste habitat foi avaliado como desfavorável/muito mau e inadequado em Espanha e Portugal, respectivamente, estimando-se que em Portugal a área do Montado está a diminuir em 5.500 ha por ano. Sendo uma paisagem única com elementos de elevado valor cultural, identitário e natural, é um ecossistema que deve ser preservado e valorizado.
O seu equilíbrio depende de uma gestão correta e da exploração sustentável dos seus recursos naturais. Estes sistemas têm vindo a sofrer alterações na sua gestão como resultado de mudanças tecnológicas e socioeconómicas que levaram, em alguns casos, à sua intensificação e, noutros, ao seu abandono, levando, em ambas as situações, à sua degradação.
Para contrariar esta tendência, esta iniciativa propõe trabalhar a governança no Montado/Dehesa através da constituição de Territórios de Aprendizagem (TA), os que serão dotados de conhecimentos, uma orgânica e meios para implementar um processo de inovação que virá a contribuir para a melhoria da conservação do habitat 6310 no espaço transfronteiriço e melhorar a conetividade pelos espaços protegidos pela Rede Natura 2000, inclusive após o projeto.
Através de metodologias participadas, os TA analisarão as políticas aplicáveis ao Montado/Dehesa (A2), as quais serão contrastadas entre as regiões, promovendo o trabalho conjunto pela identificação de modelos-tipo de gestão para a conservação do habitat em harmonia com a sua valorização económica. Serão também desenvolvidas metodologias conjuntas de diagnóstico dos Montados, planos de atuação, assim como metodologias de aplicação de boas práticas, e, por fim, de avaliação visual e científica dos impactos ambientais das práticas implementadas, em 13 áreas piloto em Portugal e Espanha (520 hectares).
Todo o conhecimento capitalizado e adquirido será posto à disposição do sector através de um plano de capacitação e informação alargado (A4). O projeto irá aportar oportunidades de introdução de novas tecnologias e fornecer informação sobre as oportunidades de financiamento das boas práticas através da análises de um diverso leque de possibilidades de financiamento público e privado.»